6 livros sobre feminismo que precisam entrar pra sua lista

O feminismo é um movimento tão complexo e plural quanto as mulheres que fazem parte dele. Muita gente, inclusive, tem medo dessa palavra, que às vezes é vista com conotação pejorativa. Mas a verdade é que ele nada mais é do que o ato transformador de entender que as mulheres são pessoas – capazes, merecedoras e livres. E nada melhor para mergulhar nesse universo tão rico do que com livros sobre feminismo, não é mesmo? 

Aliás, quando a gente fala do assunto, vale destacar que estamos trazendo “feminismos” bem diversos, viu? Nossa lista de indicações é super ampla, e traz visões importantes sobre vários temas do nosso dia a dia – desde a ginecologia natural, o famoso mansplaining, até como os dados e estatísticas são enviesados por não considerarem as mulheres. 

Qual livro ler sobre feminismo?

Para começar, não falamos sobre um movimento único e homogêneo. Pessoas feministas – e autoras feministas – pensam diferente, agem diferente e têm histórias de vida únicas. Por isso, até mesmo quando se fala em uma linha teórica, existem vertentes que abrangem uma grande variedade de feministas. Sendo assim, um livro sozinho não vai dar conta de explicar o movimento em toda sua complexidade. 

O que ler para entender o feminismo?

Para te ajudar a entender melhor sobre esse assunto, indicamos 6 livros que merecem ser lidos por todos. São obras que refletem em diferentes prismas a experiência de ser mulher.  Das figuras históricas e mitos, aos livros feministas famosos que ajudam a explicar a condição feminina, tem recomendações para todos os gostos. 

6 indicações de livros sobre feminismo da Amai 📚

Preparada para se aventurar nesse universo? Chegou a hora de atualizar a listinha de leitura com obras que valem cada página. Vem com a gente! 

1. O Mito da Beleza, de Naomi Wolf

Começamos com um dos principais livros feministas, principalmente ao falar sobre identidade feminina e a associação aos padrões de beleza. Escrito pela jornalista Naomi Wolf, ele estuda e demonstra como o culto à beleza e a juventude oprime e impacta mulheres em todo o mundo. 

A obra vai além e aponta como esse mecanismo funciona como uma espécie de controle social, levando as mulheres a viver em um padrão que dificulta – quando não impede – de viver a emancipação em diversos pilares de suas vidas. Ao longo de O Mito da Beleza, Naomi faz uma relação entre o culto da beleza e transtornos mentais e alimentares, o crescimento da indústria da cirurgia plástica, da pornografia e de outros segmentos que lucram com o sofrimento feminino.

Número de páginas: 490 

2. Os homens explicam tudo para mim, de Rebecca Solnit  

Você talvez já tenha passado por uma situação em que um homem te explicou de maneira condescendente e até simplista algo que você já estava bem cansada de saber. É aquela mistura de excesso de confiança e falta de noção. Isso é tão comum que ganhou até um nome, mansplaining. O termo cunhado pela autora vem do inglês, juntando as palavras “man” (homem) e explaining (explicando). 

No livro, ela relata uma cena cômica: certa noite, foi abordada por um homem em uma festa – que passou horas e horas sugerindo a leitura de um livro, sem nem dar à Rebecca a chance de explicar que ela é a autora do título em questão. É dessa forma, usando experiências pessoais para tratar de fenômenos coletivos, que Rebecca ajuda a ilustrar o machismo presente no dia a dia, usando dados que suportam seus argumentos. A linguagem é super acessível e didática, o que ajuda a explicar porque este é um dos livros feministas mais vendidos dos últimos tempos. 

Número de páginas: 280 

3. Manual de introdução à Ginecologia Natural, de Pabla Pérez San Martín

A obra propõe uma investigação detalhada sobre a cura da saúde sexual das mulheres, funcionando como um verdadeiro guia de autoconhecimento e autocuidado. Ao longo das páginas, Pabla denuncia a violência obstétrica e ginecológica presente em muitos ambientes médicos, que deveriam ser um lugar de acolhimento. 

A partir desse ponto, o manual procura resgatar um conhecimento popular e ancestral sobre a saúde das mulheres, envolvendo autoexames, compreensão dos ciclos vitais, preparação de infusões com ervas medicinais e até mesmo sobre a importância de conversar sobre assuntos que ainda são tabus.

Número de páginas: 370 

4. Mulheres invisíveis: O viés dos dados em um mundo projetado para homens, de Caroline Criado Perez 

Já parou para pensar que muitos estudos e estatísticas que conhecemos são realizados usando o homem como padrão? Esse é o tema central de Mulheres Invisíveis, que evidencia como a coleta e uso de dados contribuem para um desequilíbrio entre as experiências de homens e mulheres. 

Sabendo que as informações ditam o rumo da sociedade, imagine o impacto de as mulheres não serem consideradas durante séculos de estudos científicos. Carolina demonstra em números o sofrimento de metade da humanidade – e um viés que ajuda a aprofundar ainda mais a desigualdade de gênero. Essa é uma leitura para mudar a forma como você enxerga o mundo. 

Não é à toa que a autora é premiadíssima, conquistando o reconhecimento de defensora dos direitos humanos do ano pelo grupo de pressão Liberty, sendo honrada com a Ordem do Império Britânico pela rainha Elizabeth II e recebendo os prêmios Royal Society Science Book, Books Are My Bag Readers Choice, Financial Times Business Book of the Year e o prêmio HÄN da Finlândia pela promoção da igualdade. 

Número de páginas: 482 

5. Mulheres que correm com os lobos: Mitos e histórias do arquétipo da Mulher Selvagem, de Clarissa Pinkola Estés

Esse é um exemplo que não pode faltar na lista de livros feministas para jovens de todas as idades. A psicóloga Clarissa Estés mistura conceitos da psicanálise, mitos e lendas para tecer uma narrativa que mergulha em temas como o sagrado feminino, afeto e simbologia. 

No decorrer da obra, Clarissa remonta 19 histórias, como contos de fadas, que se propõem a ajudar a recuperar o instinto feminino e aprender a vencer a sensação de impotência que muitas vezes assombra a mulher moderna. 

Número de páginas: 576 

6. Extraordinárias: Mulheres Que Revolucionaram O Brasil, de Aryane Cararo e Duda Porto de Souza

Fechamos a lista com um dos clássicos quando o assunto são livros sobre feminismo no Brasil. A ideia central é trazer o perfil de mulheres que desempenharam papéis importantíssimos para a evolução do país, mas que raramente aparecem nos livros de história e merecem reconhecimento. 

Nele, conhecemos Dandara, uma guerreira essencial para o Quilombo dos Palmares. Niède Guidon, que descobriu os registros rupestres mais preciosos da nossa geografia. Indianara Siqueira, que é uma das lideranças mais impressionantes da comunidade trans. Maria da Penha, que lutou e virou o principal ícone contra violência doméstica no país. O que todas essas figuras têm em comum é a coragem extraordinária para transformar o Brasil e a vida de tantas outras mulheres. 

Número de páginas: 208

Qual os 4 pilares do feminismo?

Do ponto de vista teórico, existem diferentes vertentes, como o feminismo radical, feminismo liberal, feminismo marxista, etc. Fala-se também no conceito de interseccionalidade – um conceito que lembra que há intersecções entre as relações de poder. Ou seja, levar em conta que a experiência feminista também é permeada pela raça, classe, gênero e outros fatores. 

Mesmo com tantas diferenças, em todas as vertentes há alguns pilares em comum, como a luta contra a violência, a desigualdade de gênero e os direitos sexuais, por exemplo. 

Agora que você já anotou as indicações da amai de livros sobre feminismo, não esqueça de continuar a leitura sobre outros temas relevantes aqui no nosso blog, como autocuidado, saúde e bem-estar.