Cólica forte é sinal de endometriose?

Cólica forte é sinal de endometriose?

 

“Menstruei - e agora?” Se você, depois dessa frase, precisa cancelar compromissos e se deitar de bruços com uma bolsa de água quente na barriga porque sente cólicas, fique tranquila, muitas mulheres e pessoas que menstruam sentem esse desconforto todos os meses - infelizmente, né?😥 Mas, pode ser preocupante se a cólica é muito forte a ponto de precisar ficar deitada por muito tempo e ser muito sofrida - junto com outros fatores que acabam com a nossa qualidade de vida (fica aqui, que vamos te contar mais deles). E, com isso, chegamos a uma doença temida e muito falada recentemente: a endometriose.

Para entendermos melhor esse assunto chamamos nossa ginecologista Dra. Ana Delazio para explicar tudo. Vem com a gente!

Mas amai, o que é endometriose?

Antes de entendermos o que é essa tal de “endometriose” e porque ela deve ser um ponto de atenção para as pessoas que sentem cólicas fortes, vale explicarmos como a menstruação acontece - para caso você tenha esquecido daquelas aulas de ciências lá no colégio. A menstruação nada mais é do que a camada interna do útero - chamada de endométrio - se desprendendo das paredes e sendo expelida pela vagina.

Afinal, já que não houve fecundação de um óvulo esse mês, essa camada que reveste o útero ao longo do ciclo, não precisa continuar ali por mais tempo, então tchau “parede do útero” - ou melhor, tchau endométrio! 👋

Como falamos, o endométrio é expelido pela vagina e renovado todos os meses, durante a menstruação. Mas, há alguns casos em que algumas células do endométrio permanecem no organismo e ficam em busca de um novo lugar para se estabelecer - os possíveis órgãos que elas encontram são na região abdominal, como ovários e tubas uterinas, por exemplo. Já deu para perceber que algo de errado aconteceu ali, né? Pois é, isso é uma das causas para gerar a endometriose.

O que faz algumas células do endométrio irem parar fora do útero, em outros órgãos causando inflamação interna e consequentemente muita dor, ainda é um ponto importante em investigação na medicina. Porém já se sabe que pode haver um fator genético nisso, logo vale a pena perguntar para seus familiares se existe o histórico de endometriose na família, para saber se essa probabilidade existe.

Um PS: você sabia que a endometriose é tão comum que cerca de 2 milhões de mulheres são diagnosticadas todo ano? Até a Anitta não passou longe dessa, infelizmente.

Tá perdida no que falamos? Vem conferir essa matéria da Exame que conta mais da nossa cantora pop e sua endometriose.

Ok, e por que as cólicas são um sinal de endometriose?

Essa é uma dúvida importante e muito comum. Agora que você já sabe o que é a endometriose, sabe que esse tecido não deveria estar onde está, não é? 🤔 O endométrio, apesar de estar fora do útero, não sabe que não está em local errado e por sofrer ações hormonais do ciclo menstrual, acaba sangrando também nesses locais. Porém, sangue dentro da cavidade abdominal (fora do útero) causa dor e um processo inflamatório que vai aumentando gradativamente.

Lembre-se que dor é sinal de alerta, por isso as cólicas menstruais muito fortes merecem um ponto de atenção e consulta ao ginecologista. É necessário exames de rotina e observar os sintomas, para identificar a endometriose. Mesmo que esse nome assuste, é uma doença comum que afeta os corpos com útero na idade reprodutiva - então, já sabe né? É necessário ficar de olho!

Ah, e vale lembrar que: nosso ciclo menstrual não deve ser dolorido ou sofrido - afinal, é algo normal que passamos todos os meses. Por isso essas dores são sinais de alerta e é importante investigar para descobrir se há algo de errado, o quanto antes.

Existe diferença: cólica uterina e cólica de endometriose

Apesar da “cólica” simbolizar a mesma dor - ali na região pélvica, onde fica o útero - existe diferença entre as intensidades da cólica menstrual uterina, essa que é comum em diversas mulheres e pessoas que menstruam relatarem todos os meses, e a cólica de endometriose, que chega a ser uma dor muito forte e que pode durar mais tempo.

Além disso, quem sente essa cólica muito forte, também deve se atentar a outros sinais que estão relacionados à endometriose - e relatá-los ao médico. São eles:

  • Dificuldade para engravidar;
  • Dores na relação sexual;
  • Fluxo menstrual intenso.

E se, junto a isso, você ainda sentir incômodos no hábito intestinal e urinário durante a menstruação, temos mais um sinal de alerta ai. Com isso, sabemos que é possível sim diferenciar a cólica menstrual da cólica de endometriose, já que essa última vem acompanhada de outros sintomas e fatores que prejudicam a qualidade de vida dessa pessoa.

Como tratar a endometriose?

Apesar de não ter cura e ser uma doença crônica do sistema reprodutor, existe tratamento para conter a endometriose, aliviar os sintomas e desconfortos e devolver qualidade de vida para essa pessoa. Ufa! 🙂 Para isso, é necessário receber o acompanhamento do seu ginecologista.

As formas de tratar a endometriose incluem o uso de remédios apropriados, juntamente com cirurgias para remoção do endométrio dos órgãos que não o pertencem, em alguns casos. Além disso, o tratamento pode variar conforme a idade da pessoa, intensidade dos sintomas e vontade ou não de engravidar.

Em todos os estágios da endometriose - são três diferentes, variando conforme os tecidos que o endométrio está localizado - a fertilidade da mulher pode estar comprometida. Isso ainda não é um consenso, por isso é importante manter os exames ginecológicos em dia e ir frequentemente ao médico que confia.

O estilo de vida influencia - e muito!

Algumas mudanças de hábito por aqui, outras ali e um novo estilo de vida para essa pessoa diagnosticada com endometriose é criado - e dizemos mais, irá influenciar muito no grau de inflamação do endométrio, ou seja, nas dores de cólica que serão sentidas.

Com isso, busque atividades e alimentos que diminuam a inflamação corporal geral - afinal, um corpo que não está inflamado contribui para os tecidos ficarem quietinhos ali, sem gerar desconfortos. Ah, a diminuição do estresse também contribui para o corpo se sentir menos tenso - ou seja, menos dor também!

Então, que tal praticar atividades físicas regularmente, prestar atenção nos alimentos que consome e ficar de olho no estresse? E sabia que isso vale também para pessoas que não possuem endometriose diagnosticada? Afinal, a doença pode ser genética para alguns, mas para outros ela pode se desenvolver com o tempo.

Por isso, levar um estilo de vida mais leve e com consciência é bom para nosso corpo como um todo. Ah, e lembre-se de consultar regularmente seu ginecologista, tá bom? 💜


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